J-PAL LAC 15: Diversidade - uma agenda em ebulição

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A group of women stand arm in arm in a classroom.
J-PAL LAC Policy Manager Ariana Britto offers a course on public policy evaluation to women masters students in Universidade Federal Fluminense.
Photo credit: J-PAL LAC

Pesquisas e evidências desempenham um papel crítico em abordar lacunas e desigualdades estruturais nos sistemas e políticas existentes que afetam desproporcionalmente populações minoritárias. Ao identificar e analisar criticamente a magnitude dessas desigualdades, as evidências podem informar políticas de maneira mais precisa e refinada.

A América Latina e o Caribe (LAC) é uma das regiões mais diversas racial, étnica e culturalmente do mundo. Sua longa história de colonização, escravidão e migração resultou em estruturas sociais e econômicas únicas que continuam a moldar desigualdades atuais. Essas barreiras estruturais frequentemente se cruzam com disparidades socioeconômicas, apresentando desafios distintos para populações historicamente marginalizadas, como mulheres, a população negra e povos indígenas. Reconhecer e compreender essa complexidade é crucial para estabelecermos soluções inclusivas e equitativas neste território.

No J-PAL LAC, estamos cientes de que essa desigualdade sistêmica está presente na academia, especialmente na economia, e reconhecemos o papel que podemos desempenhar para ajudar a reduzir essa lacuna histórica. Estamos empenhados em nos engajarmos na auto-reflexão, aprendizado e diálogo para alimentar a compreensão através das diferenças, visando fortalecer uma cultura equitativa e inclusiva em que todas as pessoas sejam respeitadas e ouvidas. Acreditamos que a diversidade nos ajuda a fazer perguntas difíceis e identificar o que é realmente relevante no debate sobre pobreza e políticas públicas.

Para fazer jus a este comprometimento, estamos implementando vários caminhos para fortalecer os valores de diversidade e inclusão. No âmbito de pesquisa, buscamos facilitar o processo de matchmaking considerando lentes de gênero, para incluir mais mulheres no campo e incorporar perspectivas críticas em relação a gênero em estudos. Também promovemos interações com pesquisadores e pesquisadoras locais, pois essas conexões podem enriquecer pesquisas ao trazer visões únicas e valiosas sobre fenômenos econômicos analisados ​​em regiões específicas.

Promover um ecossistema de pesquisa mais diverso requer ações intencionais. Com isso em mente, em 2025, estamos planejando estruturar e garantir financiamento para um projeto que visa identificar, preparar e incluir jovens mulheres negras na área de economia. Também estamos nos envolvendo com estudantes de mestrado e doutorado de vários centros de economia da região, oferecendo cursos e palestras para compartilhar conhecimento e aproximar essas pessoas do mundo da avaliação de impacto. Além disso, estamos buscando ativamente recursos para expandir o suporte que oferecemos a pesquisadores e pesquisadoras jovens e em início de carreira, com foco na diversificação da rede.

Também estamos apoiando esforços de diversidade no Programa MicroMasters em Dados, Economia e Design de Políticas (DEDP). Para trazer mais pessoas negras para o programa, estamos trabalhando diretamente com a Rede de Economistas Pretos e Pretas (REPP) e oferecendo webinars específicos no início de cada período do curso DEDP. Ao incluir legendas em português e espanhol nas videoaulas do curso, também esperamos apoiar na diminuição da lacuna linguística.

Entendemos a importância de conscientizar nossos stakeholders sobre diversidade e inclusão. Com base no conhecimento e nas lições aprendidas de nossos outros escritórios ao redor do mundo, por exemplo, traduzimos o recurso de pesquisa do J-PAL, A Practical Guide to Measuring Women’s and Girls’ Empowerment in Impact Evaluations, para português e espanhol, e compartilhamos esse material com formuladores de políticas e organizações doadoras sempre que relevante. Ao disseminarmos maneiras mais concretas de medir o empoderamento, temos como objetivo garantir que o tópico esteja sendo abordado de forma clara e acessível, assim como informar políticas públicas por meio de uma perspectiva de gênero. Também aproveitamos esse tipo de conteúdo em nossos cursos e treinamentos, compartilhando conhecimento com audiências cada vez maiores e distintas.

O J-PAL LAC também está comprometido com a construção de uma equipe diversificada, buscando aprimorar nossos processos de recrutamento e seleção. Ao longo da jornada de seleção, buscamos incorporar lentes de diversidade com diferentes dimensões (geográfica, gênero, raça, socioeconômica) em nossas análises e decisões. Adicionalmente, estamos dedicados ao aprendizado contínuo, à reflexão e ao diálogo, para cultivar um ambiente de trabalho inclusivo, onde as diferenças sejam abraçadas e valorizadas, cada indivíduo se sinta reconhecido e toda a equipe tenha as condições necessárias para atingir seu máximo potencial.

Estamos cientes de que nosso trabalho de reduzir a pobreza garantindo que as políticas sejam baseadas em evidências científicas é mais eficaz quando orientado por perspectivas diversas, incluindo aquelas de membros de grupos historicamente marginalizados. No auge de seus 15 anos, o J-PAL LAC reafirma esse compromisso e convoca toda a rede de pesquisa e todas as parcerias da região da América Latina e do Caribe para se unirem a nós nesse movimento.